quarta-feira, 19 de outubro de 2011

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

"EXISTE SEMPRE UMA COISA AUSENTE"


Trabalho tanto e leio menos ainda...rs Mas sempre tenho um livro de cabeceira. Agora estou lendo - e apaixonadíssima, por sinal - o livro de Caio Fernando Abreu, Pequenas epifanias. O livro não é meu, é de uma grande amiga que me emprestou.

Espero que ela não sinta ciúmes, mas agora o Caio é meu! rs Pelo menos, as pequenas epifanias! rs


(Ah! Para lê-los, como diria Caio Abreu, ao som de...rs )



"Pensamentos, como cabelos, também acordam despenteados ..."
(Lição para pentear pensamentos matinais)


"Passei o dia pensando - coração meu, meu coração. Pensei e pensei tanto que deixou de significar uma forma, um órgão, uma coisa. Ficou só som-cor, ação - repetido, invertido - ação, cor - sem sentido - couro, ação e não. Quis vê-lo, escapava. Batia e repatia, escondido no peito" (Na terra do coração)

"Sonhei que você sonhava comigo. Ou foi o contrário? Seja como for, pouco importa: não me desperte, por favor, não te desperto." (Por trás da vidraça)


"No século XX não se ama. Ninguém quer ninguém. Amar é out, é babaca, careta. Embora persistam essas estranhas fronteiras entre paixão e loucura, entre paixão e suicídio. Nao compreendo como querer o outro possa tornar-se mais forte do querer a si próprio. Não compreendo como querer o outro possa pintar como saída de nossa solidão fata. Mentira: compreendo, sim. Mesmo consciente de que nasci sozinho do útero de minha mãe, berrando de pavor para o mundo insano, e que embarcarei sozinho num caixão rumo a sei lá o quê, além do pó. O que ou quem cruzo entre esses dois portos gelados da solidão é mera viagem: véu de maya, ilusão, passatempo. E exigimos o eterno do perecível, loucos." (Extremos da paixão)

“Pensar viagens

toda noite me leva

a um pouso diferente

mas o sonho que sonho

é sempre o mesmo:

um lar”.

Poema de Ryoban, monge budista zen do século XIII – em “A fúria dos jovens e a paz dos velhos"


"Para atravessar agosto é preciso antes de mais nada paciência e fé. Paciência para cruzar os dias sem se deixar esmagar por eles, mesmo que nada aconteça de mau; fé para estar seguro, o tempo todo, que chegará setembro (...)" (Sugestões para atravessar Agosto)


"(...)Só ele está ali, à sua frente, como um punhado de argila à espera de que você o tome nas mãos para dar-lhe uma forma qualquer - um bebê, um cristal, um diamante e assim por diante. E se você não o fizer, ele se fará por si mesmo, o momento presente. Não chore sobre ele. No máximo um suspiro . Mas que seja discreto, baixinho, quase inaudível. Não o agarre com voracidade - cuidado, ele pode quebrar. Não ria dele, por mais ridículo que pareça. Fique todo concentrado nessa falta absoluta de emoção. Não espere nada dele, nenhuma alegria, nenhum incêndio no coração. Ele nada lhe dará, o momento presente." (O momento presente)

"Vim para casa humilde. Depois, um amigo me chamou para cuidar da dor dele. Guardei a minha no bolso. E fui. Não por nobreza: cuidar dele faria com que eu esquecesse de mim. E fez. (...)" (Pálpebras da neblina)


"(...) A única coisa que posso fazer é escrever - essa é a certeza que te envio, se conseguir passar esta carta para além dos muros. Escuta bem, vou repetir no teu ouvido, muitas vezes: a única coisa que posso fazer é escrever, a única coisa que posso fazer é escrever." (Primeira carta para além do muro)


domingo, 9 de outubro de 2011

PENSAMENTOS

O EGO
ENGANA


Rosana Benevenuto

PENSAMENTOS


Existe VIDA
PÓS-DOC?



Rosana Benevenuto